segunda-feira

Salvando o Titanic


Estou com meu esposo há 23 anos. Começamos a namorar com 17 anos e casamos com 22. Casei grávida, mas já estávamos planejando o casamento há um ano e meio. Fomos os primeiros namorados um do outro. Sinto que ele me ama e eu também o amo, mas no ano passado tivemos uma briga que gerou muitas mágoas, ele chegou a terminar o casamento por mensagem. Na época nós havíamos emprestado um dinheiro a um parente e ele foi contra, mas eu insisti. A pessoa não honrou a dívida e eu não posso ter meu nome sujo porque sou gestora pública. A pessoa não tinha como pagar. Eu me propus a pagar e ela acertaria comigo em parcelas. Não fiz por ela, fiz pelo meu nome e pela minha condição profissional. Sei que não deveria ter emprestado nada desde o início, mas meu marido perdeu a cabeça, se descontrolou e praticamente estava inviabilizando qualquer solução que eu propunha. Chegou a dizer para eu me virar, mas se eu pagasse a dívida ele me largaria. Chegou até a gritar no telefone que tudo tinha acabado. Fiquei muito decepcionada e achei que tudo tinha acabado entre nós e para cessar as brigas eu disse que só falava com ele em juízo. Daí ele se deu conta do que estava acontecendo e conversamos. Eu o aceitei de volta, mas fiquei decepcionada, porque ele nunca deu sorte nos empregos que teve e eu banquei a nossa família por muito tempo sem me queixar. Temos dois filhos lindos e me senti injustiçada por não ter o reconhecimento por tudo de correto que fiz ao longo desses 18 anos de casamento... Querendo ou não ele atribuiu um valor para o nosso casamento, que é o valor da dívida. Ele poderia dizer que não me ajudaria e que eu deveria resolver, já que ele avisou e eu insisti no empréstimo. O problema é que ele não deixava resolver. Fizemos as pazes, mas eu esperava que ele me reconquistasse, sinto que para ele foi somente mais uma briga, ele age como se nada tivesse acontecido. Já faz um ano que isso ocorreu e eu acabei me distanciando dele, a nossa relação esfriou e agora ele está ficando barrigudo, está com um mau hálito terrível e não se cuida. Não tenho mais atração por ele e o sexo não tem emoção é sempre a mesma coisa... Enfim estou infeliz e não sei como conversar com ele. Já falei do racha que aquela briga provocou e que não senti mudança por parte dele, não sinto iniciativa, cheguei a falar para ele se cuidar, parece que ele não está nem aí... Ultimamente tenho recebido investidas de um colega também casado e isso está mexendo comigo, me deixando curiosa, não quero destruir o casamento dele e nesse momento não posso acabar com o meu porque de novo ele está desempregado e eu jamais o jogaria na rua. Ele praticamente não tem família. O que eu faço?

 
Eu vejo duas opções para o seu caso; a primeira é sentar e ter uma conversa séria e explícita sobre o assunto que a aflige e a outra é dar um tempo na relação para que ele sinta o que está perdendo sem você ao lado dele para quem sabe ele lhe dê o devido valor que você merece... Na segunda opção você tem que ser firme ele não pode voltar pelas palavras de arrependimento, tem que ser pelas atitudes sendo a solução começar de novo... Ele vai ter que reconquistá-la, convidar para sair, pegar um cinema, ir a restaurantes, barzinhos, terá que ser como um namoro inicial, ele terá que se mostrar digno de arrependimento e de confiança, ter a percepção do que vai perder estando longe de você e se não der certo e porque chegou o fim... O que não dá para acontecer e a sua insatisfação, todos nós temos direito a felicidade... Com relação ao seu suposto caso com o coleguinha de trabalho acho que não é a hora; primeiro motivo: ele também é casado, segundo: você já tem um “pepino domiciliar” para resolver então porque arrumar outro fora da casinha; terceiro: não dá para brincar de amante, pois eu acho que você vai se apaixonar e vai “babar” a brincadeira... Lembre-se, você tem uma família estabelecida, que já passou por vários problemas, alguns até piores do que esse que você vive no momento, saiba que eu sou sempre a favor da família, então pense um pouco e responda algumas questões: Você fez tudo pela família ou ainda dá para fazer algo para mantê-la unida? Você ainda o ama? O amor que sente por ele ainda é forte o bastante para que a relação ultrapasse esse “perrengue”? Vale a pena desfazer essa relação por uma aventura com o coleguinha? Como seus filhos irão ficar? Eu consigo perdoar e seguir em frente? Será que eu conversei o bastante e realmente esclareci as minhas insatisfações? Eu estou disposta a dar uma chance para a relação se ele verdadeiramente mudar ou estou apenas arrumando uma desculpa para me livrar do dito cujo? Respondendo a essas perguntas você terá uma base de qual atitude deverá tomar para alcançar a sua felicidade e digo mais; só entre em outra relação quando estiver zerada com a anterior, não dá para deixar amarras e âncoras do passado segurando o seu presente futuro...

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